segunda-feira, 1 de abril de 2013

Sobre "Palmadas Educativas" nas crianças

Oi pessoas amigas, depois de muito tempo afastada do meu blog, eis que volto. Dei esse tempo, pois estava muito ocupada com minha linda Cecilia, que chegou para encantar mais ainda meu mundo, que já era encantado e maravilhoso por causa da Bruna. Nunca imaginei que pudesse amar tanto duas vezes.


Bom trago hoje um texto de uma pessoa muito especial, engraçado que apesar de conhecê-la apenas virtualmente sinto a energia transcendental que ela emite, adoro ler o que ela escreve, sempre tocando fundo nos nossos sentimentos. Apresento para vcs Maria Inez Siqueira, ou então Sra Bruma como prefiro chama-la. Retirei este texto do blog dela “ogirardaroda.blogspot.com.br” , deem uma passada por lá e veja como é interessante este blog.


Quando você diz "não pode", para uma criança para que ela não se machuque ou estrague algo, não se iluda pensando que ela entende, porque ela não entende. A criança quando ouve um "não pode", sabe que você não quer que ela faça o que está prestes a fazer, mas entender é outra coisa, sua mente ainda não está pronta para entender esse seu "não". Veja bem, o que ela entende é que, os olhos dela enxergam, suas pernas andam, seus braços alcançam e suas mãos conseguem segurar, é isso o que ela entende, e o seu "não" é apenas um desafio, por isso que tantas e tantas vezes se ouve falar que, parece que a criança "pede" para apanhar, pois quando lhe dizem "não" ela vai lá e faz. Certa vez quando minha sobrinha era pouco mais que um bebê, talvez uns três anos de idade, estava falando sem parar, e minha irmã em determinado momento que lhe disse: - Pára de falar um pouco filha, por favor! Pára de falar. Minha sobrinha ficou séria, pensativa e de repente ela virou para a mãe dela e disse: - A minha boca fálaaa!!! E é isso que a criança entende, a boca dela fala, os pés dela caminham, seus olhos enxergam, e assim por diante, e isso a permite fazer, o que está querendo fazer. Então entenda você, que dar palmadas em seu filho ou filha, para que se torne obediente, só vai magoar, agredir, ofender, só vai ensinar que ele ou ela, terá que ser violento e ameaçar para dominar as outras pessoas, assim como está sendo feito com ela. Dá para entender isso? Você consegue? Por outro lado, você tem noção do tamanho de sua mão perto da sua criança? Tem noção do tamanho de seu rosto perto dela? Acaso alguma vez, você já voltou a lugares onde brincava na sua infância tipo um quintal? Se já, deve ter descoberto que o lugar que era tão grande em sua infância, nem ao menos é grande. Isso porque para as crianças, as coisas parecem bem maiores. Portanto distintos cidadões e cidadãs, não dêm palmadas em seus bebês, nem em suas crianças e muito menos em seus adolescentes, porque ainda que os adolescentes já tenha capacidade de entender, ele ou ela também entendem que terão que ser pessoas agressivas para serem obedecidas. Triste isso não é? Essas crianças serão as pessoas adultas de amanhã, o mundo é literalmente delas. Ajude a construir um mundo melhor com pessoas mais saudáveis, a responsabilidade pelo amanhã é toda sua.

domingo, 19 de setembro de 2010

SOBRE A PUNIÇÃO

A CANÇÃO DOS HOMENS


“Quando um mulher , de certa tribo da África, sabe que esta grávida, segue para a selva com outras mulheres e juntas rezam e meditam ate que aparece a “canção da criança”.
Quando nasce a criança, a comunidade se junta e canta a sua canção.
Logo, quando a criança começa a sua educação, o povo se junta e canta sua canção.
Quando se torna adulto, a gente se junta novamente e canta.
Quando chega o momento do seu casamento a pessoa escuta a sua canção.
Finalmente, quando sua alma esta para ir-se deste mundo, a família e os amigos aproximam-se, e da mesma forma como em seu nascimento, cantam a sua canção para acompanhá-lo na “viagem”.
“Nesta tribo da África há outra ocasião na qual os homens cantam a canção.
Se em algum momento da vida a pessoa comete um crime ou um ato social aberrante, o levam até o centro do povoado e a gente da comunidade forma um círculo ao seu redor. Então lhe cantam a sua canção.
“A tribo reconhece que a correção para as condutas anti-sociais não é o castigo; é o amor e a lembrança de sua verdadeira identidade.
Quando reconhecemos nossa própria canção já não temos desejos nem necessidade de prejudicar ninguém.”
“Teus amigos conhecem a “tua canção” e a cantam quando a esqueces.
Aqueles que te amam não podem ser enganados pelos erros que cometes ou as escuras imagens que mostras aos demais.
Eles recordam tua beleza quando te sentes feio, tua totalidade quando estas quebrado, tua inocência quando te sentes culpado e teu propósito quando estas confuso.”
Lindo isso!!!! Não acham????

domingo, 23 de maio de 2010

Olhar de Avós




Ahhhhhh Rubem Alves, que delicia suas palavras, como refrescam a alma.

No momento estou lendo "Concerto para o corpo e Alma" desse lindo ser humano, e me deparei com esse trecho do livro que achei maravilhoso, a mais pura verdade. Vejam:

"Se eu tivesse intimidades com o Criador eu lhe diria que há uma coisa a se fazer para aliviar o sofrimento das crianças: é só trocar os olhos dos pais. Pôr, no lugar dos seus olhos, os olhos dos avós. Os olhos dos avós vêem os netos de um jeito diferente do jeito como os olhos dos pais vêem os filhos.
Sei disso por experiência própria. Quando eu era pai jovem eu via apressado. Meus olhos corriam, agitados, pelas dez mil coisas que nos rodeiam. Eles não haviam aprendido ainda a distinguir o essencial. Para se ver o que há de essencial numa criança é preciso um olhar vagabundo, olhar que passeia, sem pressa, sobre o filho que brinca. Um filho brincando é felicidade que passa muito rápido. Os olhos dos pais sãos olhos administrativos: tentam administrar a infância, achando que assim o futuro vai ficar garantido. (Tolos, nem sabem se haverá futuro...) Os olhos dos avós são olhos sábios, no sentido preciso da etmologia da palavra: sapio, em latim, quer dizer, "eu degusto". As crianças são objetos de degustação.

Uma pena que "só aprendemos a ser filhos quando somos pais e só aprendemos a ser pais quando somos avós". 

sexta-feira, 16 de abril de 2010

J U N G

Continuando nesse assunto de educação infantil, gostaria de deixar com vocês alguns trechos de um livro que estava lendo sobre JUNG escrito pela autora Nise da Silveira.

São colocações muito pertinentes, pois acredito como diz no texto que o aprendizado das crianças se dá mais no nível do inconsciente, pois como explicar coisas que as crianças fazem e que nem explicamos e por outro lado são tão parecidas com nossas atitudes e maneira de ser. As crianças têm esse dom de captar no ar tudo o que passa ao seu redor.

E nós temos que ficar atentos ao que se passa em nosso intimo, e tentar melhorar não para sermos perfeitos, mas para vivermos melhor e para podermos ajudar nossas crianças a serem adultos bem resolvidos.

“O que educa fundamentalmente a criança é a vida dos pais.

A criança identifica-se com o ambiente onde vive, e de modo especial com os pais.

As dificuldades familiares refletem-se inevitavelmente na psique da criança. A criança faz de tal maneira parte da atmosfera psicológica dos pais que problemas secretos entre eles podem influenciar profundamente sua saúde. E o mais grave é que os esforços de controle por parte dos pais para não exteriorizarem perante os filhos seus conflitos íntimos adiantam pouco, porque a comunicação de filhos com pais se realiza por vias inconscientes.

Quanto menos os pais aceitem seus próprios problemas, tanto mais os filhos sofrerão pela vida não vivida dos seus pais e tanto mais serão forçados a realizar tudo quanto os pais reprimiram no inconsciente. Não é que os pais tenham que ser perfeitos a fim de não exercerem efeitos deletérios sobre seus filhos, pois se os pais fossem perfeitos, seria uma verdadeira catástrofe. Os filhos se sentiriam aniquilados por um sentimento de inferioridade moral ou fariam grandes tentativas para copiá-los.

A única coisa que pode salvar as crianças desses danos é o esforço dos pais para não fugir as dificuldades psíquicas da vida por meio de manobras falsificadoras ou permanecendo artificialmente inconscientes, mas aceitando-as como tarefas, sendo honestos com eles mesmos tanto quanto possível e deixando cair um raio de luz nos cantos mais escuros de suas almas.

Evidentemente os mestres, ao lado dos pais, desempenham papel muito importante nesta fase de educação das crianças pelo exemplo. As crianças possuem um instinto espantoso para descobrir as insuficiências do educador. O pedagogo deveria estar atento ao seu próprio estado mental para verificar de onde provem as dificuldades que encontra com as crianças que lhe são confiadas. Pode muito bem acontecer de ser ele a causa inconsciente do mal.

Portanto, pais e mestres são chamados a se conhecerem a si próprios, a se educarem a si próprios. Os métodos, as experiências antigas e as novíssimas no campo da educação dependeram e dependerão sempre, em primeiro lugar, daqueles que as conduzem.”


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A criança e o mundo

A maneira como a criança vê o mundo é realmente fantástica, sem limites, sem censuras, tudo é natural, lindo, encantado, elas conseguem se entregar inteiramente a cada instante. Mas infelizmente nos temos por hábito mudar essa maneira das crianças de verem o mundo, ditamos o comportamento que a sociedade nos diz que é o correto, os pensamentos que devem ser pensados, os conceitos que viram preconceitos.

Quem estraga, quem bloqueia o caminho das crianças somos nós devido a mil condicionamentos, preconceitos e modelos falsos.
As vezes me pego dizendo pra minha filha coisas do tipo: “Pensa direito menina” ou “presta atenção no que ta fazendo, parece que ta no mundo da lua” depois me dou conta do que estou fazendo e percebo como tento encaixa-la nos padrões da nossa sociedade pois eu também aprendi assim e é muito difícil ensinar o que não se aprendeu.
Ser criança é viver a arte de aprender, a magia de descobrir, de sonhar, de sentir, de criar, não é apenas ser, mas sobretudo poder-ser, chegar a ser, ser mais, viver sua aventura humana.
A criança é por natureza poeta, mística, vive impregnada de um mundo mágico e invisível.
Na primeira reunião da escola da minha filha a professora passou o texto abaixo e pediu para refletirmos sobre ele, por isso resolvi escrever estas linhas que me fizeram ver como estou distante do gostaria de ser para minha filha, mas não irei desanimar de tentar aprender, pois nossas crianças não merecem continuarem a ser adestradas.



Ao Contrário, as Cem Existem

Loris Malaguzzi

A criança
É feita de cem.
A criança tem cem mãos
Cem pensamentos
Cem modos de pensar
De jogar e de falar.
Cem, sempre cem
Modos de escutar
De maravilhar e de amar
Cem alegrias
Para cantar e compreender.
Cem mundos
Para descobrir.
Cem mundos
Para inventar.
Cem mundos
Para sonhar
A criança tem
Cem linguagens
E depois cem, cem, cem
Mas roubaram-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura
lhe separam a cabeça do corpo.

Dizem-lhe:
De pensar sem as mãos
De fazer sem a cabeça
De escutar e de não falar
De compreender sem alegrias
De amar e de maravilhar-se
Só na páscoa e no natal.
Dizem-lhe:
Que o jogo e o trabalho
A realidade e a fantasia
A ciência e a imaginação
O céu e a terra
A razão e o sonho
São coisas
Que não estão juntas.
Dizem-lhe enfim:
Que as cem não existem
A criança diz:
Ao contrario, as cem existem.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O Menino Azul

 Mais um linda poesia de Cecilia Meireles:




O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.

O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
de tudo que aparecer.

O menino quer um burrinho
que saiba inventar
histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.

E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.

Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Rua das Casas,
Número das portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Cecilia Meirelles


Nossa grande poetisa, mais uma alma iluminada que passou por esse planeta.


Seus poemas são de uma grandeza, são puros e verdadeiros, fala direto com nossa alma.


Outro dia minha filha chegou cantando uma musica que aprendeu na escola e logo de cara percebi que só podia ser dela pela leveza e simplicidade da canção, só ela para saber como colocar em palavras as coisas da natureza, detalhes que só quando somos crianças conseguimos enxergar além da visão: o caracol, o lagarto, o sapo jardineiro, borboletas de muitas cores... veja e sinta:




Leilão de Jardim



Quem me compra um jardim com flores?
borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?

Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo que é jardineiro?
E  a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
Este é o meu leilão!!!!




O link da poesia: